RESENHA: A Menina que Roubava Livros - Markus Zusak

Feito por: - dezembro 27, 2018



Livro: A Menina que Roubava Livros
Autor: Markus Zusak
Editora: Intrínseca
Gênero: Ficção/Romance
ISBN: 9788598078373 

Tempo de duração da leitura: 03/01/2017 - 10/01/2017







SINOPSE: A trajetória de Liesel Meminger é contada por uma narradora mórbida, porém surpreendentemente simpática. Ao perceber que a pequena ladra de livros lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. Traços de uma sobrevivente - a mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los em troca de dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. Essa obra, que ela ainda não sabe ler, é seu único vínculo com a família. Assombrada por pesadelos, ela compensa o medo e a solidão das noites com a cumplicidade do pai adotivo, um pintor de parede bonachão que a ensina a ler. Em tempos de livros incendiados, o gosto de roubá-los deu à menina uma alcunha e uma ocupação; a sede de conhecimento deu-lhe um propósito. A vida na rua Himmel é a pseudorrealidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um jovem judeu que escreve livros artesanais para contar a sua parte naquela história. A Morte, perplexa diante da violência humana, dá um tom leve e divertido à narrativa desse duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do mundo adulto.


SOBRE O AUTOR: 







Zusak nasceu na Austrália. Sua mãe, Lisa, é Alemã, e seu pai, Helmut, é Austríaco. Eles mudaram-se para a Austrália no final de 1950. Markus é o mais novo de 4 irmãos, duas meninas e um menino.

Zusak é o autor de cinco livros. The Underdog (O Azarão em português), seu primeiro livro, levou sete anos para ser publicado. O mensageiro, publicado em 2002, venceu o prêmio de livro do ano no CBC (prêmio australiano de livros). Em 2005, A menina que roubava livros foi lançado e, atualmente, já foi traduzido em mais de 40 idiomas. Também recebeu prêmios na Austrália e pelo mundo. A menina que roubava livros se manteve em primeiro lugar de vendas no site da Amazon.com, na lista dos mais vendidos do The New York Times, e também em países como o Brasil, Irlanda e Taiwan. Ficou entre os 5 mais vendidos no Reino Unido (UK), Israel, Espanha e Coreia do Sul. Outros países ainda esperam por seu lançamento.O livro foi adaptado para o cinema.
Aos 30 anos, Zusak já se firmou como um dos mais inovadores e poéticos romancistas dos dias de hoje. Com a publicação de "A Menina que Roubava Livros", ele foi batizado como um "fenômeno literário" por críticos australianos e norte-americanos. Zusak é o autor vencedor do prémio de quatro livros para jovens: "O Azarão", "Bom de Briga", "A Garota que eu quero", e "Eu Sou o Mensageiro", recetor de um Printz Honor em 2006 por excelência em literatura jovem. Markus Zusak vive em Sydney com sua esposa e sua filha. Gosta de surfar e assistir filmes em seu tempo livre.





RESENHA: 





A história é narrada pela Morte, que começa o livro se apresentando. Ela nos revela todas as suas qualidades e seus defeitos, explica a importância de notarmos as cores do dia, nos diz que superestima e subestima a raça humana, e confessa também que, às vezes, a curiosidade a vence e ela acaba se interessando demais por um de nós. Uma dessas pessoas que conquistou a total atenção de nossa narradora, foi Liesel Meminger, e a Morte considera a sua história como uma dentre a pequena legião que carrega, cada qual extraordinária por si só. Cada qual uma tentativa - uma tentativa que é um salto gigantesco - de lhe provar que nós e a nossa existência humana valem a pena. A Morte encontrou nossa pequena roubadora de livros três vezes e, mesmo depois de tanto tempo, ela jamais esqueceu quais eram as cores do céu naqueles respectivos momentos.

Em janeiro de 1939, quando Liesel ainda tinha apenas 9 anos, ela viu seu irmão mais novo, Werner, falecer enquanto os dois estavam com sua mãe em um trem que os levaria para uma vida nova. Aquela era a primeira vez em que Liesel se encontrava com a morte, e o céu era branco como se o globo inteiro estivesse vestido de neve.

No enterro do irmão foi a primeira vez que Liesel roubou um livro - O Manual do Coveiro -, sem saber o quanto as palavras mudariam sua vida. Após a triste despedida de sua mãe, Liesel foi levada para sua nova casa na rua Himmel, onde conheceu seus novos pais de criação: Hans e Rosa Hubermann. Hans é um homem alto com um acolhedor olhar prateado, um leve cheiro de cigarro e tem a capacidade de fazer um acordeão respirar junto com ele, e Liesel logo sentiu que poderia confiar nele. Já com Rosa as coisas foram um pouco mais complicadas, a pequena mulher com formato de guarda-roupa e rosto de papelão não foi muito receptiva, e parecia gostar muito de insultar a menina com palavras como "Saumensch" e "Arschloch". As primeiras semanas foram ruins, Liesel sentia saudade da mãe e tinha terríveis pesadelos com seu irmão, mas Hans estava sempre lá para confortá-la e ela já até se acostumou com os xingamentos de Rosa.

''Eis um pequeno fato: Você vai morrer.''


As coisas começam a melhorar quando Liesel conhece Rudy Steiner, o menino da casa ao lado que tem os cabelos da cor de Limões. Liesel e Rudy passavam grande parte do tempo juntos jogando futebol na rua Himmel, apostando corridas, andando pela cidade de Molching e, às vezes, roubando algumas maçãs e batatas com um bando de garotos que estavam com tanta fome quanto eles. Na primeira vez em que os dois apostaram uma corrida no campo onde uma vez Rudy Steiner se pintou todo de preto com carvão, o menino apostou um beijo com Liesel, caso ganhasse a corrida... Ao alcançarem a ''linha de chegada'', os dois tropeçaram juntos e acabaram cobertos de lama. E sem nenhum beijo. Liesel se recusava a beijar aquele "Saukerl" imundo, mas Rudy não iria desistir.

Em uma das noites em que Liesel sonhou com seu irmão, Hans - o Papai - descobriu O Manual do Coveiro escondido debaixo do colchão da menina. Nenhum dos dois sabia ler muito bem, por isso os dois deram início às Aulas da Meia-Noite, que acontecia toda noite depois que a menina acordava de seus pesadelos, e assim, pai e filha aprenderam a ler os livros roubados de Liesel Meminger. A aproximação com sua Mamãe aconteceu graças às caminhadas para buscar/entregar as roupas para lavar/passar.. Toda semana as duas iam juntas até as casas das famílias mais ricas da cidade, uma delas era o número 8 da Grande Strasse, a casa do prefeito, com uma porta tão larga e pesada que causava medo em Liesel, e onde elas eram atendidas pela frágil e quieta mulher do prefeito: Ilsa Hermann.

Em abril de 1940, Liesel encontra sua segunda oportunidade de roubar um livro. É o aniversário de Hitler, e para comemorar irão acender uma fogueira para queimar qualquer coisa que possa 'sujar' sua nação. Nessa noite Liesel entendeu porque levaram sua mãe embora, e foi também nessa noite que surgiu sua raiva pelo "Fuhrer". Ao término da comemor.

Enquanto os soldados recolhiam as cinzas produzidas pela enorme fogueira, Liesel viu um objeto caindo do interior das cinzas e, quando achou que ninguém a estava olhando, ela se abaixou e salvou o livro que contava a história de um judeu, e apenas quando estava indo embora foi que ela percebeu: havia sim alguém a observando. Depois disso, Liesel evitava ao máximo se aproximar do número 8 da Grande Strasse, até que ela preferiu enfrentar a mulher do prefeito do que a Mamãe dela. Para a surpresa de Liesel, Ilsa Hermann não mandou que a prendessem, mas a convidou para entrar e apresentou à Liesel uma sala repleta dos mais diversos livros, de todos os tamanhos e cores! Liesel passaria muitas tardes lendo no chão dessa biblioteca, e mais tarde passaria a entrar pela janela para roubar alguns livros.

Em novembro de 1940, surgia outro personagem que mudaria a vida de Liesel e lhe ensinaria o valor das palavras: o judeu-alemão Max Vandenburg, com cabelos que ora pareciam gravetos, ora pareciam penas. O pai de Max salvou a vida do pai de Liesel uma vez, e agora Max esperava que Hans o ajudasse a escapar dos nazistas e sobreviver. Max e Liesel eram parecidos em muitas coisas, mas o que fortaleceu de verdade a amizade dos dois foram os sonhos e as palavras. Durante os dois anos em que Max ficou escondido no porão do número 33 da rua Himmel, ele contou sua história para Liesel e escreveu dois livros para ela: O Vigiador e A Sacudidora de Palavras. Os dois se tornariam alguns dos livros preferidos de Liesel, e foram o que restou de Max quando as bombas começaram a se aproximar de Molching e ele precisou partir.


''Quando a Morte conta uma história, você deve parar para ler.''


Após a partida de Max, ocorreram mais alguns roubos de livros e Liesel passou por diversas experiências, e então chegou o dia que os judeus passaram a desfilar pelas ruas de Molching enquanto iam para o campo de concentração em Dachau. Em um desses desfiles, Hans Hubermann entra na multidão maltratada e oferece um pouco de pão para um homem idoso, e como castigo ele é convocado para a Guerra, mas depois de um tempo consegue tapear a Morte pela segunda vez e volta para casa. Na mesma época, Rudy era considerado o melhor aluno de sua turma da Juventude Hitlerista, e por isso o queriam para um novo 'super exército' de meninos alemães, mas no treinamento ele deveria passar por obstáculos que talvez até tirassem sua vida, por isso seus pais não permitiram que ele fosse, e por isso seu pai acabou sendo convocado para a guerra. Com a ausência dos dois pais, Rudy e Liesel se uniram ainda mais, e o sentimento do menino por ela se tornava cada vez mais aparente. No dia em que os judeus estão desfilando por Molching e Liesel avista o olhar alagadiço de Max no meio da multidão, ela corre até o amigo e depois é agredida por um dos soldados, e é Rudy quem fica ao lado dela e impede que ela apanhe ainda mais. Quando Liesel finalmente conta a verdade sobre Max, Rudy a escuta e não a julga em momento algum, e nesse momento Liesel deseja que ele peça um beijo a ela, mas já é tarde demais.

Em meados de agosto de 1943, Ilsa Hermann - que sempre esteve ciente dos roubos da menina e notou sua ausência -, fez uma visita ao número 33 da rua Himmel e entregou à Liesel um caderno preto com todas as folhas em branco, para que Liesel pudesse escrever sua própria história. É graças a esse caderno que Liesel sobrevive na noite em que as bombas atacam Molching e a Morte visita a rua Himmel. Liesel estava escrevendo sua história no porão, onde acabou adormecendo, e quando ela acorda em um lugar que não pode mais ser a rua Himmel, ela se depara com um céu vermelho e com os corpos das pessoas que ela mais ama. Com o desespero tomando conta dela, a menina deixa o caderno com sua história largado em algum canto, e é aí que a Morte tem a oportunidade de se apoderar do objeto e depois nos contar essa história incrível!

Além dos personagens e momentos citados, existem outros que também são extremamente importantes e tocantes na história.. Momentos como o Rudy entrando num rio quase congelado para salvar um livro de Liesel; Rudy causando um sorriso no rosto de um soldado inimigo em seu último suspiro; Max abandonando a sua família; Rosa demonstrando o quanto sente falta de Hans; entre outros. Personagens como Tommy Muller, Frau Holtzapfel, Arthur Berg e muitos outros, cada um com uma história única e extraordinária! E ao longo do livro a Morte também narra acontecimentos de outros lugares onde a guerra está acontecendo, e é uma narração fantástica, que prende você e faz com que você se sinta culpado por tudo o que aconteceu! É impossível sentir toda a emoção dessa história com um resumo, só lendo vocês conseguirão vivê-la e compreendê-la.


"Uma última nota de sua narradora: Os seres humanos me assombram.''


Esse livro eu comecei a ler em 2016 só que abandonei por não ser acostumada a ler livros que se passa no período da segunda guerra mundial e achar cansativo, mas voltei a ler no início do ano passado pois queria saber o que acontecia e amei muito, e se tornou uma das minhas leituras favoritas.





#Resenhas #AMeninaQueRoubavaLivros #MarkusZusak  

Você pode gostar também:

0 comentários